Pavlova de Tangerina
- Patrick
- 1 de fev. de 2024
- 4 min de leitura
Atualizado: 6 de fev. de 2024

Fazer uma Pavlova sempre foi para mim um grande desafio, nunca acertava na receita correta. Ora era o açúcar que não era o recomendado, ora era a forma como batia tudo que estava incorreta.
Há uns dias, em conversa com a minha namorada, falou-se em fazer-se uma Pavlova. A principio torci o nariz porque era o doce que menos vontade tinha de voltar a repetir, porém, la acabei por aceitar a sugestão.
Desde que estou na Suíça, a escolha dos ingredientes é um processo bastante complicado porque as composições dos açúcares, das farinhas e até mesmo a qualidade dos ovos são totalmente diferentes de Portugal. Confesso que precisei de uns bons meses e muitas tentativas falhadas na cozinha para conseguir eleger os meus produtos aqui.
Posto isto, fui então às compras para esta sobremesa tão requintada e suave, e deparei-me com umas tangerinas com uma cor tão bonita, com um cheiro tão doce e fresco, que não resisti em traze-las para casa e tornar todo o ambiente fotográfico em torno delas. O que me prendeu mais a elas, foi o facto de ainda terem as folhas bem verdinhas, e claro está, utilizei tudo o que estas pequenas e sumarentas maravilhas tinham para me oferecer.
Falando então do processo que nos levará até à Pavlova digo, de antemão, que é necessária muita paciência e tempo, visto que serão necessárias pelo menos 4 horas até que se possa saborear. Mas, valerá muito a pena.
A Pavlova não é nada mais nada menos do que um suspiro que guarda no seu interior um marshmellow que se derrete muito lentamente na nossa boca, uma maravilha.
Como trouxe as bem ditas tangerinas para casa decidi não so aproveitar-lhes a casca e as folhas, mas também o sumo, sumo esse que utilizei para fazer uma espécie de calda que regou o creme de natas que fiz.
Como vos disse anteriormente, paciência e tempo, são dois ingredientes que embora não constem na lista de compras, são os ingredientes mais importantes para que consigam fazer uma Pavlova tão boa quanto esta que nos adoçou o palato ca em casa. Aguardo pelos vossos Feedbacks.
Até breve!

Ingredientes:
Pavlova:
120g (isso mesmo, gramas) de claras a temperatura ambiente.
1 pitada de sal fino
1 colher de sopa de amido de milho peneirado
200g de açúcar em pó peneirado
1 colher de sopa de sumo de limão
Recheio:
500ml de natas frescas (com pelo menos 35 porcento de gordura)
70g de açúcar em pó peneirado
1 colher de sopa de sumo de limão
Calda de tangerina:
150ml de água
Sumo de 4 tangerinas
1 folha de gelatina
3 colheres de sopa de açúcar branco
Preparação:
Calda de tangerina: Demolhe a folha de gelatina em água fria por 5 minutos.
Num tacho, misture todos os ingredientes até que o açúcar se dissolva. Leve a lume médio ate começar a ficar espesso. Tire do lume e misture a folha de gelatina até que dissolva. Reserve.
Pavlova: Escolha um recipiente para bater as claras e limpe-o com álcool etílico. Este passo é extremamente importante porque se existirem vestígios de gordura em contacto com as claras a pavlova não ira crescer como é suposto.
Bata as claras até comecem a espumar. Adicione o sal e bata por 30s. Neste ponto as claras, embora tenham feito espuma, devem continuar um pouco liquidas.
Adicione agora, ao poucos, o açúcar em pó. Bata em potencia media/máxima até que o açúcar esteja derretido e não se sintam os grãos - Prove e confirme se ainda sente o açúcar a raspar na língua, se sim bata até deixar de sentir. Adicione o sumo de limão e bata durante 10s. Neste ponto as claras devem estar batidas em castelo, firmes e brilhantes.
Por fim, adicione o amido de milho e bata na potencia máxima ate que ele esteja totalmente incorporado nas claras.
Pré-aqueça o forno a 120graus, unicamente com a resistência inferior a libertar calor.
Num tabuleiro, coloque 4 folhas de papel vegetal e desenhe com um lápis uma circunferência com cerca de 15/20cm de diâmetro, que o ajudará a estruturar a pavlova.
Verta, com cuidado, as claras no centro da circunferência e com o auxilio de uma colher ou de uma espátula comece a moldar a pavlova.
Agora, coloque a pavlova no forno (sempre a 120 graus) durante 90 minutos certos.
Terminados os 90 minutos, desligue o forno e deixe a a pavlova la dentro, com a porta fechada, por pelo menos 120 minutos (eu deixei a minha de um dia para o outro).
Depois de todo o tempo de espera, transfira a Pavlova para um prato e com a ajuda de uma colher de sobremesa abra um buraco no centro da pavlova. É normal que se vá quebrando. Reserve.
Recheio: Num recipiente bata as natas até ficarem semi-firmes e adicione o açúcar e o sumo de limão. Bata na potencia máxima até ficarem firmes e brilhantes.
Verta no buraco e na superficie da Pavlova.
Regue com a calda de tangerina e decore a gosto.
A Pavlova deve ficar uma delícia. Não a conheço aqui no Brasil. Parabéns!